O vento espalha,
João e Eulália.
Ele canalha,
Adora um bar e brigar com navalha.
A pobre moça,
Trabalha e repousa,
Mais trabalha que repousa,
Acorda cedo, lava roupa, lava louça, pouco ousa.
O destino os juntou,
O vento separou,
Mas semente brotou em terra fértil,
Pois erva nasce onde a água é escassa,
E tamanha desgraça impede de cessar o nascimento,
Pecado tremendo! Temendo pecar!
E se o vento os separa quem cuidará?
A pequena semente quem regará?
Quem guardará e aguardará seu crescimento?
Tremendo , temendo o momento, o futuro cinzento,
Desaba o rebento!
O vento os uniu no sofrimento!
O que a alegria separou a tristeza uniu,
Deveria ser o contrário,
Mas quem se importa?
Escolhe-se o calvário,
O seu será sempre o pior,
Porque desconhece o alheio,
Por puro receio de que não seja melhor!
F.T. Hudson
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