Era só uma lente,
Inocente, indecente, coerente, incoerente, persistente,
Era só uma lente!
Em meio a tanta gente demente havia uma lente,
Era o olho do povo viciado em algo novo,
Talvez uma tragédia!
Algo para se escrever na Wikipédia,
Ou postar no Facebook.
Atrás da lente?
Não seria falado,
Era só o Santiago,
Estava em busca da verdade,
Santiago Andrade!
Em um ato covarde,
Disparado por um alienado,
O rojão mal direcionado acertou o Santiago!
Coitado!
E a família?
Pobre viúva esperava ver a notícia de seu marido publicada,
Mas não sua cabeça alvejada,
Queria apenas a manifestação gravada,
Seu jantar com a mesa ocupada,
Todas as seis cadeiras,
Seu marido suas crianças,
Sua família inteira e não desfeita por besteira,
Arrogância dos alienados que não sabem o poder do que seria disparado,
Deixaram órfãos, viúva,
Todos desamparados!
E em meio as manifestações descobrimos outros culpados!
Até quando será lembrado?
O ocorrido,
O rojão atirado!
Quem lembrará do Santiago?
Injustamente derrubado, desencarnado!
Quem lembra do Ilídio?
Mais uma vítima nas estatísticas de homicídio!
Que pedidos de desculpas serão aceitos?
Eles cicatrização a dor que os familiares e amigos sentem no peito?
Não darão ao Andrade a lente intacta,
Não devolverão a vida de Andrade,
Deixarão apenas um rastro de sangue, impunidade, inconsequência e saudade!
Descanse em paz Santiago Ilídio Andrade!
Mais uma vítima do descaso e quem sabe da impunidade?!
F.T. Hudson
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