Um beijo doce antes fosse que um beijo de despedida,
Que ela não tomasse tal medida, destemida por temer.
Foi-se a alegria com aquela guria, foi-se o sorriso veio o sofrer,
Ó menina por onde andam suas pernas, sua bela silhueta?
Quem ouve suas palavras e quem toca seu pescoço com lábios macios como os meus?
Minha garota fugiu sem dar notícias,
Não suportou os olhares da sociedade,
A repulsa ao nos ver de mãos dadas,
A implicância com a diferença de idade!
Afastaram minha amada!
Talvez eu tenha pouco lutado, talvez não tenha escutado seu pedido de proteção,
Talvez não!
As pessoas e suas cabeças vazias,
Não aceitaram ver duas Marias!
Disseram que não era um casal,
Que mau!
Precisava de um João.
Contaram-me sobre tal Adão que nunca quis falar com Ivo,
Pois a Eva era a coisa certa,
“Adão e Ivo nada disso!”
Não achei a história certa, pra mim teria outro final!
Então pensei:
Adão gostou daquela maçã coisa que eu nunca fui fã e nem por isso reclamei!
Falaram que eu era gay!
No começo protestei,
Depois me acostumei, mas ninguém se acostumou!
Mas voltando na Maria que a sociedade não ouvia,
Nos dávamos muito bem!
Ela era meu neném, me trazia todo bem,
Mas eu não tinha tanta coragem de honrar nossa imagem e vencer a covardia!
Doía!
Mas a dor do preconceito eu preferia,
Para ao me lado ter novamente Maria! E a paz que eu sentia!
Na verdade uma sociedade melhor eu merecia,
Tanto eu quanto Maria,
E nosso amor seria poesia,
Sem rumo, sem direção,
Só sentimento,
Sem obrigação, sem Maria de João,
Só liberdade e não confundam com libertinagem!
Eu conheço bem os conceitos!
Eu e Maria, João e João, Maria e João, João e Maria,
Se não entendem a simpatia, se não valorizam a companhia,
Se não perceberem a sintonia,
Quem sabe um dia acabará a poesia?
F.T. Hudson
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