Os jogos eram olímpicos,
Olímpicos também eram os esforços para vê-los,
Ainda que feitos para todos,
Nem todos poderiam tê-los.
Muitos foram excluídos,
Os ingressos entre as elites repartidos,
E os esforços desmedidos para mostrar ao mundo um Brasil igual,
Igual, mas tão desigual!
Um jovem de periferia pela fresta assistia à competição,
Via uma mulher de vermelho,
Umas flechas, um arco,
Por alguns segundos esqueceu do calor no barraco,
Via barcos velejando,
Pontos brancos empurrados pelo vento,
Que deslocam pensamentos marginalizados,
Gringos com falares diversos,
Silenciados protestos,
E o bater do coração,
De quem participa das olimpíadas como participa da vida,
Como coadjuvante, como contenção,
“Cidadão periférico com um pouco de ambição”,
Tapa-se a fresta,
Fim das imagens,
Fim das viagens,
Olhos para o chão!
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Felipe Hudson
10 10America/Sao_Paulo agosto 10America/Sao_Paulo 2016 at 6:34 PM
Excelente, Fe!
Aliás, gosto muito de tudo o que você escreve.
Para te inspirar, segue uma máxima:
“Poesia é, por excelência, o conteúdo imaterial de um texto, com a capacidade de aflorar emoções no leitor. Ou seja, tudo aquilo que toca e comove, é poesia”.
Simples assim!
Abraços e não pare de escrever.
Rafa
❤
11 11America/Sao_Paulo agosto 11America/Sao_Paulo 2016 at 9:26 AM
Muito obrigado pela mensagem Rafa! Além de inspiração, apoio e Incentivo é tudo que precisamos para manter nossa escrita!
Abração!