Na periferia não existe bala perdida,
A bala é teleguiada,
E o alvo é a maioria,
Porque não somos minoria,
(Como as classes dominantes queriam)
Somos muitos,
E nos defendemos com poesia!
Na periferia não existe bala perdida,
Muitas cabeças são alvo,
Nenhum cidadão tem garantias,
Crianças, mulheres, jovens,
Negros, negras, pardos e alguns poucos brancos,
A bala os encontra em qualquer canto!
Os valores invertidos,
Trabalhadores perseguidos,
Marmitas reviradas,
Humilhação em frente aos filhos,
No dia a dia periférico,
Garantido só o risco!
Políticas públicas inexistem,
Quando pensadas são ineficientes,
Quem escreveu não era gente,
(Não “gente da gente”)
Era algum abonado que para pentear o cabelo não segura seu próprio pente,
Talvez tenha alguém que lhe escove os dentes,
Mas se acha capacitado para ler nossa mente,
Saber o que a periferia precisa e o que nos deixa contentes.
A arma sempre apontada para gente,
Os dedos suados,
Gatilho nervoso,
Tambor quente,
Não existe descanso na periferia,
O velório é programa semanal,
Tipo Domingo Legal,
Mas Ilegal,
Famílias com vagas em aberto,
Saudade sempre caminhando por perto,
Futuro incerto,
Caixão aberto,
Nunca vazio!
Aperto no peito,
Periferia!
.
.
.
.
.
.
.
Felipe Hudson
Deixe um comentário