Quando estou em Montevidéu,
Estou em casa,
Caminho pelas calçadas largas,
Me sinto abraçado pela brisa contínua que vem do Prata,
A “Rambla” extensa me traz paz,
Seja em uma tarde ensolarada ou em um dia chuvoso de inverno,
Nunca me senti só quando estava em Montevidéu,
Tenho a plena certeza que lá não nasci por puro deslize,
Talvez tenha sido jogado dos céus,
Como jogamos o “garoto amarelo” no mapa do Google,
E por puro descuido,
Acabei por cair mais para cá,
Poderia ter sido mais para lá,
E estaria sentado na “Plaza Matríz” acompanhado de um “cortado” e uma “medialuna”,
Quem sabe torceria para o Nacional? Quem sabe para o Peñarol?
Vestiria a Celeste com um orgulho nato e com a esperança do ressurgimento,
Valorizaria minhas cores e não as entregaria em avenidas com injusto lamentos,
Usaria lindos uniformes escolares, conheceria mais sobre a América Latina e sentiria orgulho de minha latinidade,
Tomaria erva-mate e chimarrão sentado na porta de casa,
Veria alguns cachorros passeando pela cidade, livres!
Comeria alguns “chivitos”, muitas “parrilladas” e “alfajores”,
E seria feliz em longas caminhadas pelas ruas planas e largas!
Fecho esse poema me desculpando pelo simples olhar sobre a cidade,
Foram apenas alguns lindos dias em duas visitas,
Nada mais,
Mas poderia ter sido uma vida!
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Felipe Hudson
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