O dinheiro escorria pelas mãos como areia,
Quando se pega um punhado nas dunas e o deixa correr entre os dedos,
Os grãos se juntam novamente ao monte,
Parece vã a decisão de tentar separá-los,
Como o povo, a areia é bela quando está unida,
Quando compõe a paisagem,
Ou quando se junta formando a massa que estrutura as casas.
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Um único grão de areia perdido,
Onde quer que esteja,
Em um chinelo novo ou velho,
Em um copo prestes a receber cerveja,
Não tem serventia, não tem beleza,
Trata-se apenas de um incômodo,
Como o grão de areia que lhe afeta os olhos,
Que não traz nada de positivo, somente lhe agride.
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Assim é o indivíduo isolado,
Que não vive em sociedade,
Ou se quer consegue abrir mão de sua individualidade em prol do bem geral,
Assim como o mísero grão de areia ele não tem serventia,
Não completa a paisagem,
Nem constrói qualquer sustentação,
Nasce, vive e morre como um grão que não germina,
Que não participa de algo maior,
Como um simples e isolado grão de areia,
Incomodando os olhos areados.
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Felipe Hudson
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